quarta-feira, 26 de julho de 2017

Contos: A tirania do faraó

" - Filho da Guerra, e herdeiro da morte, ouvi suas aflições e estarei disposta a fazer de tudo para recuperar seu lugar de direito. "


A muito tempo atrás no deserto da perdição somente o que era destinado a ser faraó era aquele que possuía o cajado do destino. Uma arma poderosa que aquele que a empunhasse estaria destinado a governar todo o deserto, e também ter o poder de um poderoso mago.
Naquele tempo a linhagem de TOT, que foi passado para Eres, acabou sendo levado ao seu filho primogênito: Nyarlathotep. O tempo passou, Eres morreu e o jovem assumiu a liderança da maior nação de todo mundo: O Cairo, e os quatro cantos de todo deserto da perdição.
O tempo passou e Nyarlathotep fazia milagres e prodígios, ajudava seu povo, e até mesmo seus hábitos era como plebeu. Mas o tempo passou, e quando estava na flor da idade, seu cajado não mais o obedecia, e com todo o seu poder mesmo com várias mulheres nunca conseguiu ser fértil. Apenas uma coisa poderia significar, o cajado deveria ser passado a outro, e o atual faraó ser substituído
Nyarlathotep não queria ser substituído, ele tinha poder e riquezas. O seu nome era respeitado pelos 4 cantos de toda Garderion e assim queria continuar: Sendo o senhor da guerra. E durante anos escondeu do povo que havia perdido seus poderes, milhares de vidas morreram de fome, sede, e pestes. Certo dia um oráculo subiu ao seu palácio e disse:


- Nyarlathotep , conheço teus caminhos, sei que perdeu os poderes, reivindique o trono, ou a chaga da ruína caíra sobre ti.

Nyarlathotep riu e fez pouco caso do profeta.
Naquela mesma noite um cometa rasgava o céu e caía no norte do deserto. O solo daquela região ficara vermelho como fogo, e a areia trincou com o intenso calor do artefato ao qual caiu do céu: O mesmo cajado que o faraó usava. No dia seguinte o maior motivo de piada aconteceu, uma pequena criança, por volta de 12 anos, com olhos mais escuros que a mais densa noite, pele mais branca que a mais gelada neve, subia ao palácio, e em suas mãos estava o cajado do destino.
As pessoas olhavam incrédulas no que viam, e por incrível que pareça, por onde o garoto andava saiam bênçãos. Homens e mulheres foram curados, comida surgia nas mesas das pessoas e até mesmo chovia nos lugares. O menino em apenas uma manhã conseguiu reunir uma multidão consigo que seguiram marchando até os átrios do faraó. Os soldados nada puderam fazer, a multidão era imensa e assim o deixaram entrar. A criança e o povo reivindicaram o trono, e assim Nyarlathotep caiu do poder, e fugiu para o mais longe conseguiria. Para o leste: O deserto de sal. Lugar tão inóspito que nada conseguia viver, o antigo faraó pois a face no pó de tanto ódio e praguejou a todos os deuses que um dia existiram que poderia fazer qualquer coisa para destruir tudo aquilo que ele construiu
- Povo ingrato! Uma geração inteira cuidando deles para no fim me tirarem do meu lugar de direito, Eu desejo que vocês morram, que a saraiva da mãe das chamas possa queimá-los! - E assim esbravejou por toda a noite, até não ter mais forças e cair no sono
O vento cortava sua pele e o sal ressecava cada pedaço de seu eu. Ainda era noite e o frio estava maior que tudo que já sentiu na vida, mas ao longe ele conseguia ver algo: Chamas
Ele se pôs de joelhos para ver o que chegava perto de si, e por incrível que pareça, ali estava Catâr, a deusa da morte e mãe das chamas. Era quadrupede, seu couro era avermelhado e ela marchava lentamente como um ídolo antigo. Não possuía cabeça pois dela saia fogo, as chamas eram intensas e reza lenda que era com ele que Catâr queimava os impuros. A voz da besta ecoou por toda planície
- Filho da Guerra, e herdeiro da morte, ouvi suas aflições e estarei disposta a fazer de tudo para recuperar seu lugar de direito. Tudo que precisarei em troca será a alma da criança que se diz faraó
Nyalatotep sorriu, e a aceitou a proposta. Naquela mesma noite o fogo da deusa consumiu seu corpo, Nyalatotep ficara deformado, sua aparência humana havia sido quase desfeita, sua alma havia sido vendida e seu eu de bondade não mais existia. Sua loucura agora era apenas uma, o poder. Catâr tocou com sua pata da frente no cajado do destino, e a partir daquele dia o mesmo seria conhecido como cajado do exílio.
Nyalatotep voltou ao Cairo totalmente tapado com trapos, mancando e usando seu cajado de apoio. Subiu as escadas e os soldados tentaram o parar, mas quando o antigo faraó mostrou a eles o seu rosto apenas pediu para que eles saíssem da sua frente: E assim eles fizeram, pois tinham medo, porque não viram humanidade em seu antigo mestre, porém fúria
Nyalatotep foi diretamente na frente da criança que agora obtinha poderes de faraó. Ao chegar na sala as suas palavras foram apenas uma frase
" In vitae nulla istarum ne regnem "
E assim tocou com o cajado no chão. Reza lenda que o teto ruiu e desabou, rachaduras se fizeram por toda construção e tudo que vivia no deserto morreu. Toda vida foi exilada pelo poder do seu cajado, mas um dos milhares ainda restou... a criança que estava no trono.
Sua voz ecoou como trovão naqueles átrios
- Nyalatotep. Eu sei de tudo... Sei do seu trato com a mãe das chamas, sei do seu sentar, do seu deitar e caminhar. Sei que veio aqui para tirar minha vida, maldito mago. Mas isso não será feito, NÃO HOJE!
Nyalatotep foi lançado ao ar com o simples mexer das mãos do menino, suas costas bateram numa pilastra e ela desabou, levando consigo parte do teto. Nyalatotep murmurava feitiços, mas nada funcionava.
- Filho da morte e da guerra! Quando vieste aqui me matar, não sabia, mas esse foi seu pior erro! Não parece que uma criança teria tanto poder, de até mesmo negar a morte, não é mesmo? Pois eu já neguei a milhares de anos atrás, sendo levado como ovelha ao matadouro! - Nyarlathotep arregalou os olhos incrédulo
- Não pode ser... NÃO PODE SER!!
- Sim, isso é mais real que a própria existência, eu sou sumério meu jovem rapaz. O senhor das estrelas, e pai do destino. E a partir de hoje eu lhe amaldiçoo e assim digo, não pisarás novamente na terra enquanto o sol não nascer no oeste e se puser no norte, enquanto os mares secarem e o caos retornar. Adeus! em pensar que eu ainda via esperanças em ti... Apartai-vos de mim maldito! - Grandes correntes surgiram no nada e prenderam pulsos e pernas do antigo faraó e de repente o vácuo o engoliu e assim o mandou para um exílio no vazio.
Naquele mesmo exílio a mãe do fogo, o ensinou algumas artimanhas sobre como burlar a maldição do deus sumério. Atualmente Nyalatotep usa seu poder para soprar ideias más nos ouvidos alheios e assim conseguindo seguidores com promessas mentirosas de conquista, e até mesmo de poder. Sua ideia é que ele consiga o máximo possível de cultistas para o libertarem de seu exílio, e que de acordo com o novo tratado celestial ( que os deuses não poderiam retornar na terra ), seria a hora perfeita para caso ser liberto nas condições que sumério citou, governe a terra e escravize todos com um destino de vil loucura e prazer

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