quarta-feira, 26 de julho de 2017

Contos: O velho chapéu de penas

" Ali, em pé olhando o que me aguarda é que descobri realmente quem eu sou! " 



Desde quando jovem eu via meu pai voltando das batalhas contra os gigantes nórdicos que atacavam-nos a busca de escravizar o nosso povo, até que ao fim de uma destas batalhas a única parte que restou dele foi entregue em minhas mãos, aquele chapéu feito com penas de pássaros que em minha infância juntos caçamos, há como doeu, aquele sentimento angustiante de ódio, saudade e de aflição, eu queria ter salvado ele, foi por isso que me tornei o maior guerreiro de meu povo, as montanhas nórdicas nunca viram antes tanta fúria em um único homem, por anos eu busquei pelo Jotnar que havia matado meu pai.
Em seu cinto ele carregava os crânios daqueles que tinha dominado, quando eu o olhava o via tão grande que em seus ombros nevava, ele seria a própria montanha da morte que vivia apenas para destruir, naquele momento eu deveria decidir quem eu me tornaria, se seria o guerreiro que acabaria com todo o terror plantado por Jotnar, ou se eu morreria na tentativa de vingar meu pai, então eu soube e foi ali que minha história realmente começou. Ele tinha olhos grandes e sua visão era precisa, porém eu facilmente poderia me esconder entre as pedras para montar uma armadilha, preparei um belo espinhaço de pedras pontudas e lanças presas ao chão para que em um momento oportuno pudesse faze-lo ali pisar, coloquei 10 porcos estripados em pontos específicos e me cobri com o sangue deles, assim não poderia sentir meu cheiro e confundiria minha localização, como quando eu e meu pai juntos caçávamos preparávamos armadilhas pontudas e disfarçávamos nosso cheiro com sangue para que os trolls da região não nos atacassem. Eu o vi se aproximando e me preparei com todo o meu ódio por aquela criatura, tão temível que nenhum homem teve coragem de me ajudar, no momento que ele chegou no território que preparei eu vi seu grande pé pisar próximo a mim, cravei um lança em seu dedão fazendo-o olhar para min, ao tempo que ele urra com ódio corri o mais rápido possível, o coração foi a garganta e o monstro em dois passos me alcançou, porém eu o atrai para a armadilha, e ao pisar ali pode se ouvir em todas as aldeias próximas os gritos de dor e ódio do temido. Enquanto ele retirava seus pés do espinhal de pedras eu com adagas comecei a escala-lo, enquanto eu subia eu pensava no quanto eu esperei por aquele momento, onde seria apenas eu e o monstro onde nós resolveríamos as nossas diferenças naquele único momento, para viver ou para morrer, mas para honrar meu pai!

A montanha da morte tentou me pegar com suas mãos enormes, porém fui mais rápido desta vez, e continuei a escalar, mas quando por um momento pisquei senti o grande golpe sobre mim, por um minuto apaguei, acordei com o monstro gritando: onde está!! Aquele verme, onde está!! Eu estava na borda de seu cinto, eu comecei rapidamente a escalar novamente e quando cheguei em seu ombro ele virou a cabeça e com aqueles olhos enormes me olhou, e dentro dos olhos dele eu vi que ele sentia medo!
A criatura terrível tão temível estava com medo da morte, medo do seu fim, e foi isso que me deu ainda mais força, ele me soprou e eu teria caído, mas eu estava a todo vapor e cravei rapidamente minha adaga naquela pele grossa e gelada e na mesma região subi em sua cabeça e peguei em minhas costas a espada dentada, a honra do meu povo feita em metal. Cada golpe eu via meu pai, cada golpe sentia glória, sentia força, esperança, fé no futuro e naquele momento senti felicidade, más quando a criatura caiu, eu também cai, e é muito difícil sobreviver a uma queda desta proporção.

Estou com meu pai agora, e pude devolver a ele, aquele velho chapéu de penas! 

-- Conto escrito pelo seguidor da pág: Alef Luis Agner, no grupo oficial da pág: O arcanum.

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