quarta-feira, 26 de julho de 2017

Contos: Maquiavel, O lorde das chamas



Ouvir uma voz um pouco aguda e cadavérica ao meu lado e tomei um susto, ao olhar eu vi aquela aberração... OZ, o Lich Rei. "


Como posso ter chegado em tal nível? A plenitude da magia, o poder inextinguível, o sumo sacerdote de Myr, não... Eu não faço ideia de como cheguei aqui, mas sei que se os deuses me fizeram capaz foi por que provavelmente tinham um plano para mim.

Lembro-me de como tudo começou, quando era criança numa sala de jantar e um copo caiu no chão, então comecei a me questionar do por que o copo caiu, ninguém ao certo saberia me responder. Nasci num vilarejo que vivia da agricultura, apenas duas pessoas sabiam ler e escrever, mas uma pessoa que eu nem esperava que soubesse me responder me disse:
- Isso, meu neto, é a gravidade...
Me senti maravilhado com o que ela me contou, que era uma força que os planetas faziam numa grande cama elástica que era o espaço tempo... 
Após uma resposta tão inteligente eu decidi me questionar mais, o por que o fogo se apagar quando o cobrimos, ou de onde vinham as cachoeiras, a sede por saber me tomou e anos após isso minha avó me disse que em minhas veias corriam o sangue de um dos maiores magos que já pisaram na terra: Nícolas Flamel. 
Recebi um livro dela ao qual me apresentou como grimório, após alguns anos consegui aprender muito com o mesmo e outros materiais que antes fora do meu avô. Assim parti para a aventura, nos meus 18 anos, humano, magro, e franzino, com apenas duas magias que sabia e a sede de saber borbulhando na minha cabeça.
No enredo da minha caminhada fiz amigos, e tive a desonra de trabalhar com os mais ambiciosos capangas que essas terras já viram, e ainda há quem diga que aqueles pilantras brincavam com a sorte, e foi por causa dele que fui preso...

Na cadeia fui esmurrado, chicoteado, e humilhado... O clero, uma cidade ao qual só haviam religiosos que acreditavam no senhor da luz me sentenciaram a coisa pior que a morte. Prisão perpetua, o crime? 

Bruxaria...
Fico incomodado que as pessoas confundem tanto a inteligência pelo misticismo, mas não é isso que acontece... posso afirmar que sou um homem da ciência e da fé, minhas magias são feitas com base no meu alar. Eu devo acreditar piamente que aquilo vai acontecer, mesmo que seja impossível, eu devo dizer as palavras certas na língua antiga, mesmo que as vezes não há entendam, eu tenho que gesticular as mãos da maneira certa para que eu consiga sentir e domar a energia ao qual move o mundo. O cosmos. Não há bruxaria nisso.
Pois bem, mas eles permitiram que eu ficasse com meus livros, disseram que eu não poderia fazer nada demais. Por anos eu fui tachado de louco, HEREGE, inimigo de deus e amigo do diabo...
Mas hoje quem me chamava assim, veio me procurar:

Não pude acreditar quando ouvi o trinco da porta sendo aberto, a luz entrando no recinto feito uma dama e uma voz ecoar:
- Venha para fora, velho, o rei lhe chama com urgência.
Não tive tempo de falar com o rei, o país estava sobe ataque, os Orcs, Draconatos e Goblinóides vinham de toda parte fora da cidade, e dentro eles saiam dos boeiros, a situação estava descontrolada. O comandante veio até mim e caindo de joelho me entregou um cajado, o mesmo chorava e pedia piedade pois eles zombaram de mim.

Não entendi o por que daquilo mas eu peguei o cajado e peguei meu grimório. Da masmorra eu fui do ponto mais alto da cidade junto do comandante e um tropa, então ele me disse
- A muito tempo atrás rapaz, um mago poderoso foi preso por nós e o deixamos apodrecer na cadeia assim como fizemos contigo, mas nós nos arrependemos... Ele fez uma profecia, em que a cidade seria tomada caso fizéssemos o mesmo e aqui estamos nós, sendo levados ao pó
A mas como eu fiquei furioso, lembro que segurei o cajado com força e a medida que ouvia as palavras daquele lunático. Abri meu grimório e sem saber o que estava fazendo eu recitei as últimas páginas. Senti meu corpo se desmembrar junto do general, e daquela tropa. Fomos transportados para um lugar fora da cidade onde os outros não poderiam vir, o comandante gritava... E eu podia ouvir aquela doce agonia de medo, pois ele havia deixado a cidade...

Mas eu já estava velho, não teria mais expectativa de vida, fui trancado a vida toda numa masmorra, largado as moscas para apodrecer enquanto lunáticos lucravam as custas dos pobres, não iria ficar assim mesmo...
Abri a última página do livro ao qual foi escrito pelo homem que havia descoberto o poder da pedra filosofal, a raiva me consumia a medida de cada página que eu virava, meus olhos se arregalavam e em meu rosto um sorriso largo se abria.

E então li alto e minha voz saio como de trovão, elevei meus olhos para o alto e vi as nuvens se aglomerarem sobre a cidade de " deus ", levantei minhas mãos para o alto e os ventos fizeram minha capa se esvoaçar, a minha volta os homens estavam paralisados de medo e eu pude olhar para eles com repulsa enquanto sentia o calor envolver o lugar e com o meu grito as nuvens explodiram... O fogo desceu sobre a cidade queimando tudo e todos, a explosão se alastrou sobre o solo com o poder imenso de devastação, até que as chamas chegaram a nós, então minha visão escureceu e tudo se foi...
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A escuridão tomou uma cor acinzentada e minha visão voltava, sentia cada parte do meu corpo se agrupando como se eu estivesse revivendo, consegui mexer meus dedos, então levei a mão no rosto para limpar e abri os olhos. 

Só haviam cinzas ao meu redor. Inclusive eu mesmo estava cheia dela, percebi que o que senti na verdade era meu corpo se reconstituindo nas cinzas, nascendo de novo. A cinza caía do céu como uma neve fria e pálida.
- É bom estar vivo, não é mesmo? Sei que é irônico eu dizer isso...
Ouvir uma voz um pouco aguda e cadavérica ao meu lado e tomei um susto, ao olhar eu vi aquela aberração... OZ, o Lich Rei. Líder dos lordes do pavor, sumo sacerdote do Deus da morte e o motivo do Caos na terra. Sua intenção com a Nova Ordem era das cinzas deste mundo refazer um melhor, pois segundo ele, não haveria paz sem guerra.

Oz estendeu sua mão que eram apenas ossos em minha direção em um sinal para me ajudar a levantar, exitei, pois em seus olhos apenas existia a chama verde da morte e tive medo, mas então aceitei a ajuda. Com a outra mão ele me deu devolveu o cajado que fora me dado pelo centurião e olhando melhor pude perceber o que estava escrito
" Ordem de Merlin: 1* Lugar, Nícolas Flamel "
- Seu avô foi um dos nossos, rapaz, a cadeira dele o espera, Lorde Maquiavel. Você em toda vida pode sentir o qual o seres viventes são ruins... Venha conosco e me ajuda a retomar as rédeas, fazer esse mundo um lugar habitável, unidos seremos governantes dessa terra, para um lugar melhor...
Nada pude dizer. A não ser acenar com a cabeça que sim, em troca o que pude sentir foi um abraço frio do ser, minha visão escurecer e enfim saber que o mundo poderia ser um lugar melhor.
Mesmo que todos precisem morrer para isso.

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