domingo, 3 de julho de 2016

O sucumbir do Caos, e a ascensão da justiça.

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" A Justiça será feita, em nome de Kadosh! "
O caos estava instaurado na terra, literalmente. Os temidos emissários do Caos, seres que viviam desde antes da existência dos próprios deuses, estavam pisando na terra outra vez. Grande parte do país de Garderia já havia sido destruída por estes seres junto de seu exército de demônios e todo e quaisquer tipo de criatura das trevas que você, aventureiro, pode imaginar.
Tendo em vista o poder destes seres e o horror de seus ideais, os Guardiões lutavam bravamente e com uma diferença numérica absurda contra os seres do Caos, mas mesmo assim persistiam. Guardiões eram aqueles seres escolhidos pelos deuses para tornarem-se portadores de parte de seus poderes e assim, agirem em prol da humanidade quando a mesma precisasse de auxílio extremo e aquele, era o momento perfeito.
A guerra havia se concentrado em Irahorn, a capital do país de Garderia. Naquele momento, bem e mal reuniam-se frente a frente para decidir o futuro da humanidade. Todos os seres que ainda podiam e queriam lutar contra os seres do Caos, estavam ali, juntos para combater a ameaça. Elfos, anões, humanos, orcs, gigantes, dentre muitos outros.
A batalha estava em seu ápice e o mal finalmente sucumbia. O Primeiro, como era chamado o mais poderoso dos Emissários do Caos já enfrentara alguns dos Guardiões e conseguira vencê-los. Porém, três ainda permaneciam firmes desde o inicío da guerra e não seria naquele momento que iriam fraquejar ou deixar que o mal pudesse se sobrepor. O Primeiro estava no topo do castelo de Irahorn, agora extremamente danificado por conta das batalhas que aconteciam ao redor do mesmo e por toda a cidade. Frente a ele, estava um dos guardiões. Seu nome era Arthur e era um fiél seguidor de Kadosh, o deus da Justiça, além de ter também se tornado um dos Guardiões, portador da Lâmina da Justiça enviada a ele por seu deus patrono. Depois de uma árdua batalha entre o Primeiro e o Guardião, enfim o poder da luz tornou-se evidente e sobrepôs-se ao mal. Ambos estavam esgotados, mas Arthur era motivado por todas as pessoas que lá embaixo estavam dando suas vidas para proteger o que havia restado de sua família e também, sua maior motivação era punir os Emissários por todo o mal que causaram a humanidade. Com isso, por um momento, o Guardião da Justiça e o deus Kadosh tornaram-se um só. O céu antes nublado começava a clarear, invadido por raios de sol que brotavam por de trás das nuvens. No topo daquela torre, o vento soprou mais forte e todos que estavam lá embaixo puderam assistir quando a aura de Kadosh formou a aparência do deus e quando a divindade tocou o pomo da Espada da Justiça junto de Arthur.

– O caminho das trevas pode ser tentador e parecer único. Porém, apenas a luz trará a vitória. Você foi julgado culpado. E neste momento, a Justiça será feita pela Lâmina e eu, rogo sua sentença.

Então, todos deram seus gritos de vitória quando a Espada cravou-se no peito do Primeiro e toda a luz e pureza contidas na lâmina selaram de vez o julgamento daquele Emissário do Caos. Todos os outros Emissários haviam sido mortos e agora, o mais forte deles também. Os seres que seguiam a força deles se desfizeram sem uma fonte de poder e os poucos que sobraram, foram eliminados. A humanidade, ou pelo menos o que restou dela poderia ver o sol brilhar outra vez. Toda a alegria contida em cada um por conta do sofrimento que haviam passado nos últimos tempos foi posta para fora em gritos, abraços, choramingos e diversas outras manifestações positivas de emoção. Os sorrisos haviam voltado aos rostos dos guerreiros, mesmo cansados da batalha e entristecidos com as perdas. Porém, tudo aquilo durou apenas alguns segundos pois os sorriros se desfizeram quando o som de uma explosão ecoou no céu e uma fumaça densa e negra emanou das nuvens como um turbilhão, até formar algo semelhante a um portal. Agora, a humanidade iria conhecer o verdadeiro Caos

[...]

As nuvens se abriram enquanto sombras tomavam seu lugar. Um portal gigantesco formou-se no céu, suficiente para quase uma cidade inteira ser engolida. Do chão, os guerreiros podiam ver que nada além de escuridão existia depois da fissura. Sem entender, os homens armaram-se novamente e se prepararam para iniciar uma nova batalha, imaginando que um exército de seres demoníacos surgiria do portal. Porém, a única visão que tiveram fora algo como uma fumaça que o atravessava. Ao fim, o que parecia estar ali diante deles era uma nebulosa negra e disforme, cercada de dentes pontiagudos ao redor do que seria seu corpo. A criatura não tinha olhos, porém uma sensação estranha pairou sobre os guerreiros como se estivessem sendo sido observados.
As bocas da criatura não se moveram, porém um urro gutural gelou o coração de cada um que estava reunido ali. Não haveria chance para eles. Não contra um ser daqueles. Tudo parecia estar perdido.
Do alto da torre, Arthur lançou-se em voo na direção daquele ser. O corpo disforme e fantasmagórico da criatura impediria que Arthur a golpeasse, mas o guerreiro de Kadosh ainda tinha uma carta na manga. Junto a seu corpo ele carregava uma pedra vermelha. Tyrosh, o último dos Dragões Ancestrais e um dos seres mais fortes da terra havia lhe presenteado com aquela pedra dizendo que o poder que a mesma continha era suficiente para destruir várias cidades e que era apenas para ser usado em uma situação extrema.
Vendo a necessidade da situação, Arthur arremessou a pedra em direção ao Caos e enquanto a mesma cortava o ar voando em direção ao ser, nada acontecia. Porém quando a pedra aproximou-se, uma explosão ainda maior que a anterior ocorreu e as sombras disformes que formavam o Caos foram afastadas, mas logo voltaram ao normal. A fumaça tomava conta do céu e de dentro dela, uma torrente de fogo colossal jorrou contra o Caos, cobrindo toda aquela nebulosa. Um som do vento sendo cortado ecoou por toda a região e a fumaça da explosão foi dissipada e a visão que todos tiveram foi a do próprio Tyrosh, um gigantesco dragão vermelho com sua presença imponente e poderosa.
As chamas cessaram e o dragão voou contra o Caos e fechou as asas, descendo num rasante e atravessando o corpo do ser, carregando junto de si parte daquela fumaça negra. Um urro foi ouvido vindo do Caos e então uma rajada negra foi lançada contra Tyrosh, que bateu as asas e subiu ainda mais para desviar. Voltando a voar em direção a criatura, o pescoço do dragão ficou avermelhado e quando abriu a boca uma torrente de chamas ainda maior foi arremessada contra o ser, carregando tudo para dentro do portal.
Arthur abriu suas asas e voou em direção ao dragão. Passando por ele, o Guardião firmou as mãos no cabo da espada e toda a luz que o céu ainda continha foi reunida no cume de sua lâmina. Ele desferiu um corte no ar e toda aquela luz foi lançada contra o portal, junto das chamas de Tyrosh que destruíram toda aquela fissura e de uma vez por todas, o Caos.

[...]

Grande parte da humanidade havia sido destruída durante a vinda dos Emissários à terra. E ali, em Irahorn, menos de meio terço dos que haviam lutado sobreviveram. Tendo em vista todo aquele massacre, os três Guardiões ainda restantes decidiram trazer todas aquelas vidas de volta, em troca das suas. E assim, morreram, para que toda a humanidade que perdera a vida nas mãos do Caos, fosse trazida de volta à vida.
Com a atitude honrada dos três homens, os deuses de Mantaquim comoveram-se e resolveram não permitir a morte daqueles três, tornando-os Guardiões e deuses menores.
Arthur, se tornou o deus menor da Fé e assumiu a Ordem dos Pacificadores, guerreiros cuja base era a fé e a magia divina.
Pórtakos tornou-se deus menor da proteção e Ragnarok, deus menor da força.

E assim, toda Garderion descansou em paz, pelos próximos 200 anos...

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